25.1.13

after all this time


Cheguei a ser da opinião de que este blog era uma página mais do que encerrada da minha vida, selada a chumbo, trancada a cadeado. Uma página onde nenhum ponto poderia ser revertido a virgula, porque tudo ali estava terminado, mas também uma pagina que seria como que um pedestal intocável que ganhei após uma guerra dura que eventualmente deixou as suas cicatrizes. Achei que cá voltar seria reutilizar o bisturi para abrir a pele já dura das feridas, achei que reabrir a página me faria cair novamente na história, e para ser completamente transparente, senti-me incapaz de me deparar com as memórias que aqui deixei já la vão uns anos. 
Eu sei, eu sei. Soa mal ouvir dizer que o tempo cura tudo. Frases feitas, palavras vulgares levadas ao extremo da boa vontade, todos pensamos o mesmo. O facto é que quando chega o momento de nos incorporarmos na situação, não arranjamos frase ou testamento que faça mais sentido do que esta. Porque o tempo cura mesmo. Mas dói, claro que dói, dói mais do que uma cicatriz que chegue a derme. Tem que doer, porque a ferida não é física e o tempo é o remédio das mágoas da alma. E depois de tudo, depois de correr sítios  depois de inventar saídas, depois de tentar em vão, eu cheguei aqui e percebi que não existia outro sitio onde fizesse mais sentido eu me encontrar. Por isso, voltei.

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