29.1.13

não somos metades nem inteiros, nao somos

Uma pessoa espectacular que ainda te pede para lutares por ela.. uma pessoa que tem o discernimento de te dizer que aquela mensagem não significa nada depois de tu passares o dia morta por dentro. Uma pessoa que tem tudo quando tu não tens nada, uma pessoa que ainda se acha no direito de te ter a lutar por ela quando tu não tens força nem para lutar por ti mesma. Uma pessoa que diz que não  que não mudou, mas  mostra o contrário e ainda se esconde de ti. Uma pessoa que tem a lata de te dizer que "mais tarde" ainda vai falar contigo. Uma pessoa nova que nasceu da que eu conhecia.

26.1.13

everybody needs a soul

Como conheces um amor? Não falo do amor da tua vida, não obrigatoriamente, apenas me refiro a um amor. Um qualquer, não precisa de ser verdadeiro, porque esses são eternos. Não precisa de ser para sempre, porque esses são únicos. Não precisa de ser único, porque esses são imutáveis. Um amor apenas, é disso que te falo. Temos vários amores ao longo da vida, temos amores que são irmãos, pais, avós e primos; temos amores que são os primeiros, temos amores que são os intermédios e temos amores finais. Todos eles são amores, e em nenhum me refiro a outro amor que não seja um amor qualquer. Retomando, temos amores que são amigos e temos amores que nem sequer conhecemos, que são um desconhecido qualquer. Todos já tivemos um amor na estação de comboio ou numas escadas rolantes aterradas de gente ou mesmo um amor que era o passageiro do lado no autocarro de todos os dias. Todos já amamos uns olhos que nunca tínhamos visto, umas mãos que nunca tínhamos tocado, os lábios que nunca tínhamos beijado. E o dia está repleto deles, destes amores, nas paragens, nos bares... É quase uma verdade universal , e eu pergunto-te, como te viras, num dia aparentemente normal, para um destes amores constantes que não significam nada para ninguém, e lhe explicas que afinal, ele não é um amor qualquer. É o teu amor.

25.1.13

after all this time


Cheguei a ser da opinião de que este blog era uma página mais do que encerrada da minha vida, selada a chumbo, trancada a cadeado. Uma página onde nenhum ponto poderia ser revertido a virgula, porque tudo ali estava terminado, mas também uma pagina que seria como que um pedestal intocável que ganhei após uma guerra dura que eventualmente deixou as suas cicatrizes. Achei que cá voltar seria reutilizar o bisturi para abrir a pele já dura das feridas, achei que reabrir a página me faria cair novamente na história, e para ser completamente transparente, senti-me incapaz de me deparar com as memórias que aqui deixei já la vão uns anos. 
Eu sei, eu sei. Soa mal ouvir dizer que o tempo cura tudo. Frases feitas, palavras vulgares levadas ao extremo da boa vontade, todos pensamos o mesmo. O facto é que quando chega o momento de nos incorporarmos na situação, não arranjamos frase ou testamento que faça mais sentido do que esta. Porque o tempo cura mesmo. Mas dói, claro que dói, dói mais do que uma cicatriz que chegue a derme. Tem que doer, porque a ferida não é física e o tempo é o remédio das mágoas da alma. E depois de tudo, depois de correr sítios  depois de inventar saídas, depois de tentar em vão, eu cheguei aqui e percebi que não existia outro sitio onde fizesse mais sentido eu me encontrar. Por isso, voltei.