6.5.10
Restos que deixaste.
Os dias passam, passam muito devagar. Quando digo devagar, faço-o porque dói e queria que nao doesse porque não mereces sequer que tenha que fazer este esforço por ti (nem que seja para te esquecer) já nao mereces nada de nada. O dia acaba tarde para mim e quando a noite já vai longa e tudo transpira silêncio e paz, há alguém que baixinho, se lembra de ti. De tudo. Que rasga histórias escritas e as queima lentamente, mas fa-lo por tudo ou apenas porque tem que ser. As cartas ainda nem ardiam e já a queimavam, nem cinza eram e já a sujavam. Mas naqueles momentos, estás mais uma vez ausente da dor , então eu dou por mim sozinha a olhar esses restos que deixaste. E o impressionante é : Como é que mesmo ilegíveis eu os consigo saber a todos, pormenor por pormenor, a todos de cor (?)
(7 de Maio 2009)
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