Quando começou rimo-nos de alegria por ser novo, por nos fazer sentir bem por pensarmos que a felicidade ia sempre ultrapassar os momentos maus (apesar de sabermos que eles iam surgir). Criamos um imaginável incapaz de ser derrubado e com o tempo , e sem nos apercebermos , esquecemo-nos de que era apenas um fragmento da nossa imaginação, mentalizamo-nos que é realidade e num movimento contraditório começamos a desviar-nos da nossa rota , caminhamos contra o nosso próprio rumo. Se nós próprios nos contradizemos quem poderá tomar o nosso lugar e optar em nossa vez pelas escolhas que nos cabia a nós tomar? O ciclo torna-se irredútivel, conhecemos mais dos outros do que de nós, escolhemos mais pelos outros do que por nós, a preocupação por nos próprios começa a fazer parte de um último lugar , até que a própria vida deixa de fazer sentido. E choramos, choramos muito. E lamentamos, muito também, o que fizemos, o que dissemos, o que mudamos, o que perdemos, o que não aproveitamos, o que não sorrimos, pelo que não quisemos, pelo que não optamos pelo que deixámos escapar. A vida torna-se em tudo menos no que tínhamos alguma vez desejado. Omitimos os valores em consideração à desvantagem dos outros e quando caímos em nós já não somos nada . Já não temos nem um pouco de monotonia e a sobrevivencia termina. Caímos em falso e depois de estarmos bem lá no fundo, tentamos erguer uma nova bandeira para que, sobrevivendo, continuemos de cabeça levantada.
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